
Nunca
Não arranjei outro silêncio senão o teu,
e quando sol se pôs procurei por outro mar,
até que te encontrei a chorar,
não te consigo ouvir a não ser na escuridão dos dias
a que a lua ilumina por entre as nuvens.
Do porto e da maré parte o barco por outro caminho,
nunca soube se partiste,
ou te limitaste a sorrir,
quando eu te matei,
mas trazias nos lábios o travo amargo dos dias,
e a violência da tempestade que findavam em cada palavra.
Nunca te ouvi
Nunca...
sempre que fechavas os olhos via-te,
do outro lado do mundo
onde aprendeste a língua da vida
que falavas quando caías.
A eternidade fez-se minha num segundo,
nunca te voltarei a ver...